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100 Anos da Grande Festa do Espírito Santo de Gustine (GPS)

Texto: Liduíno Borba

Desloquei-me à Califórnia entre 10 e 31 de julho para participar no Centenário das Festas do Espirito Santo de Gustine (GPS – Gustine Pentecost Society) e completar a recolha de elementos para o livro do centenário. Além disso vi muitos amigos e conhecidos, uns que fazem parte da Festa outros que ali se deslocaram para participar nela. Também estive com minha mulher, que um pequeno problema de alteração de saúde a fez estar por aquelas paragens seis meses, usufruindo dos seus direitos de cidadã americana e da ajuda inesquecivel de amigos e familiares.

As Festas de 2013 decorreram entre os dias 18 e 22 de julho. A Comissão de Festas do Centenário era composta por: Joe & Diane Alves; John & Fátima Silveira; Joe & Teresa Machado; John e Cecília Pires; e Scotty & Vanda Mendes.

O Vice-presidente, presidente para 2014, é Luís & Jannifer Nunes.

Os festejos começaram, na quinta-feira, dia 18, com as cerimónias religiosas, pelas sete horas da tarde, no Santuário de Nossa Senhora dos Milagres, e com a apresentação de todos os antigos presidentes vivos, que puderam comparecer.

Na sexta-feira, dia 19, também pelas sete da tarde, decorreu o tríduo com missa, presidida pelo monsenhor Ivo Rocha, de Tracy, natural da Ribeirinha, ilha Terceira. Às 9 horas da noite começou uma grande noite de fados, no Salão, com os fadistas George Costa e Jesualda Azevedo de Hilmar, António Isidro Cardoso de São Jorge, José Ribeiro da Costa Leste, Filipa Cardoso e Rodrigo de Lisboa. Houve desgarrada com Jesualda Azevedo e João Pinheiro.

O grupo de violas “Sete Colinas” acompanhou os artistas. Foi uma noite memorável, e alguém já chamou a Gustine a “Catedral do Fado” na Califórnia, atendendo à tradição, que vem desde 1991, quando o casal Cecília e João Pires foram presidentes e começaram com estes espetáculos do agrado de muitos. Rodrigo, o expoente do Fado, foi contratado, há vários anos, num aeroporto da Alemanha quando João Pires a ele se dirigiu, mas só agora foi possível trazê-lo a Gustine.

O sábado começou com o Pezinho junto da Igreja e com destino ao Salão. Com um grande cortejo, os cantadores convidados – Adelino Toledo, José Ribeiro, António Azevedo, João Pinheiro, Manuel dos Santos, José Plácido e António Isidro Cardoso – improvisaram as suas cantigas de fino recorte dedicadas ao acontecimento. No princípio da tarde foi servida “caçoila” na cave do Salão a todos os presentes. As arrematações de gado decorreram ao lado do Salão. Pelas 7 horas da tarde decorreu a missa que foi seguida da procissão da Coroas do Espirito Santo, até ao Salão, com a recitação do terço pelo caminho. Pelas 9 da noite começava dois espetáculos em simultâneo: um no Salão; e outro na rua. Dentro, o conjunto “Progresso” animava os mais desejosos por música de dança, mas fazendo um pequeno intervalo, pelas 9h30m, para a presentação as rainhas e oficiais da Festa. Cá fora iniciava-se uma grande noite de cantoria, Velhas e desgarrada, com os improvisadores citados, e soberbamente dirigida por Luís Nunes, um grande amante das cantigas ao desafio há muitos a ajudar as Festas.

O domingo é o dia grande da Festa e este ano – o do Centenário – ainda muito mais. Pelas 9 horas começou a formação do desfile junto do Salão, que depois de “recolherem” as rainhas, em casa do Tio Augusto como é tradição, seguiu em direção da Igreja, onde foi celebrada missa pelo monsenhor Myron Cotta, por volta da 11 horas, e coroadas as rainhas e o presidente mais antigo presente – Joe E. Lopes e esposa. Participaram na celebração da missa o monsenhor Ivo Rocha, e os padres Isac, Luís Cordeiro e Leonard Trindade.

De seguida o desfile (parade) encaminhou-se para o Salão com a incorporação de parte das 98 organizações de festas convidadas, bem como as rainhas, antigos presidentes, oficiais e entidades oficiais. Se salientam que este ano participaram 8 bandas filarmónicas, de toda a Califórnia, ao contrário de anos anteriores que costumam ser 4. Seguiram-se as tradicionais sopas que ocuparam as mesas da cave do Salão por três vezes. Ah noite, ah semelhança do sábado, decorreu idênticos espetáculos dentro do salão e fora deste.

Na segunda-feira, dia 22, encerrou a Festa com a tradicional corrida de toiros de praça, na Bella Vista Park, que abriu os seus portões às 5 horas da tarde, para se dar inicio à tourada pelas 8 horas. Antes atuaram, em jeito de surpresa, os fadistas António Isidro, Jesualda Azevedo, Filipa Cardoso e Rodrigo. O cartel foi composto pelos cavaleiros Rui Salvador, Paulo Ferreira e Sário Cabral, pelos forcados amadores de Turlock, Aposento e Merced. Os toiros foram em número de dois de cada ganadaria: “Pico dos Padres”, “Açoriana” e “Joe Alves e João Silveira”. A filarmónica foi a Lira Açoriana de Livingston. A corrida foi dirigida por João Goncalves e teve como mestre-de-cerimónias Paulo Matos. A corrida em termos de toiros valeu pela primeira parte, embora com algumas falhas, mas salvou-se as seis pegas que foram de nível aceitável para os toiros em praça.

E assim terminaram os festejos dos 100 anos da GPS (Gustine Pentecost Society), Irmandade do Espirito Santo de Gustine, que satisfizeram a maioria dos presentes. Para se ter uma ideia da movimentação desta Festa pode-se afirmar que foram servidas mais de 7.000 refeições só no sábado e domingo, fruto de 12 cabeças de gado abatidas para o efeito.

Da minha parte resta-me agradecer ao casal amigo Cecília e João Pires que mais uma vez nos receberam em sua casa, como da nossa se tratasse.

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